sexta-feira, 14 de outubro de 2011

DO LIVRO"PAIS BRILHANTES,PROFESSORES FASCINANTES"

Certa vez, alguns alunos conversavam no fundo da sala. A professora de línguas pediu silêncio, mas eles continuaram. Ela foi mais enfática, chamou a atenção de um aluno que falava alto. Ele foi agressivo com ela. Gritou: "Você não manda em mim!
Eu pago para você trabalhar!" O clima ficou tenso.
Todos esperaram que a professora gritasse com o aluno, ou o expulsasse da classe.
Em vez disso, ela ficou em silêncio, relaxou, diminuiu sua tensão e libertou sua imaginação. Em seguida, contou-lhes uma história que aparentemente não tinha nada a ver com o clima de agressividade.
Contou a história das crianças e dos adolescentes judeus que foram presos nos campos de concentração nazista e perderam todos os seus direitos. Não podiam ir às escolas, brincar nas ruas, visitar os amigos, dormir numa cama quentinha e se alimentar com dignidade. O alimento era estragado, e eles dormiam como se fossem objetos amontoados num depósito. O que era pior, não podiam abraçar seus pais. O mundo desabou sobre eles. Eles choravam e ninguém os consolava. Tinham fome e ninguém os saciava. Gritavam pelos pais, mas ninguém os ouvia. Na frente deles apenas havia cães, guardas e cercas de arame farpado.
 A professora contou o que foi um dos maiores crimes já cometidos na nossa história. Roubaram os direitos humanos e a vida desses jovens. Mais de um milhão de crianças e adolescentes morreram.
Depois de contar essa história, a professora não precisou falar muito. Olhou para a classe e disse: "Vocês têm escola, amigos, professores que os amam, o carinho dos seus pais, um alimento gostoso na sua mesa, mas será que vocês os valorizam?"
Ela resolveu conflitos em sala de aula levando-os a se colocar no lugar dos outros e a pensar na grandeza dos direitos humanos.
Ela não precisou chamar a atenção do aluno que a ofendera. Sabia que não
adiantaria corrigir seu comportamento, e queria levá-lo a ser um pensador. Ele ficou em completo silêncio. Voltou para casa e nunca mais foi o mesmo, pois
compreendeu que tinha muitas coisas belas que não valorizava.
(Augusto Cury)

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